segunda-feira, 8 de março de 2010

Trajetória Escolar


Aprendi a ler e escrever muito rápido. Lembro-me da escolinha em que estudei pela primeira vez, era perto da minha casa. Minha primeira professora, a pró Renilda, nunca me esquecerei dela, que me ensinou as primeiras letras, mesmo que de maneira muito tradicional, mas aprendi. Toda a minha trajetória escolar foi na escola pública. Recordo-me que ao chegar à escola em que estudei o primário, todos tinham que fazer a filinha para orarmos e cantarmos o hino nacional para então irmos para a sala de aula, a mesma era um ambiente bem regrado e as carteiras enfileiradas.
O ensino era mais rigoroso. Era um ensino de caráter tradicional, em que o professor é o centro do ensino, é o sujeito que detém todo o conhecimento, e os alunos são vistos como apenas receptores passivos dos conteúdos. O objetivo, dessa visão tradicional não é formar indivíduos críticos, autônomos, mas reprodutores dessa sociedade desigual na qual estamos inseridos.
No momento do recreio, brincava com os colegas, de elástico, de pega-pega, de bola, de roda e outras brincadeiras. E a hora da merenda! Acho que todos aguardavam ansiosos principalmente quando era o pão com almôndegas, e a sopa de dona marota era deliciosa.
Sei que hoje sinto algumas dificuldades em certas áreas do conhecimento por conta do ensino tradicional que recebi, mas por outro lado sei também que tive professores que dentro de suas possibilidades fizeram sua parte com compromisso. Passei pelo segundo grau, com algumas angustias, pois já sentia dificuldades de entender qual era a relação do que eu aprendia lá com a minha realidade fora da escola. Por isso a vontade era terminar logo e ficar “livre” daquilo tudo. Tanto conteúdo sem sentido, as disciplinas eram conhecimentos isolados sem ter relação uma com a outra. Até hoje por mais que se tenha avançado nos estudos e pesquisas na área educacional, apesar das reformas curriculares e metodológicas, ainda persiste a forma tradicional de ensino trabalhada na maioria das escolas brasileiras. Mas não podemos deixar de acreditar que a escola também é um espaço para transformação, em que o professor exerce um papel fundamental para que esta aconteça. Daí a importância de se refletir sobre a formação do professor e o seu papel social para a educação.

Um comentário:

  1. Oi linda!

    Que reflexões fortes vc traz na sua narrativa. Vc tem toda razão quando coloca a passividade que a Pedagogia Tradicional reflete nos nossos alunos. È uma pedagogia baseada no depósito desconectado de informações. Precisamos galgar uma pedagogia da autonomia, como Paulo Freire anunciou.
    Ah! Como vc, lembro-me da sopa que tomava na Escola Aníso Teixeira aqui no Jequiezinho. Uma delícia.

    BJS

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