terça-feira, 1 de junho de 2010

“Os Dilemas Encontrados na Sala de Aula”

Bem, depois da 1ª semana vamos nos adaptando aos poucos com os alunos e a rotina da escola. Mais não é fácil realmente depararmos com uma sala de aula heterogenia com alunos de 8 a 14 anos de idade sendo que a maioria deles não estão alfabetizados. E agora o que fazer? É nesse momento em que nos sentimos desafiados a buscar subsídios teóricos metodológicos e o que tiver ao nosso alcance para poder desenvolver o nosso trabalho, sabendo que a sala de aula é um campo indeterminado, complexo, e imprevisível. Muitas vezes durante o estágio eu voltava para casa com a sensação de fracasso, pois nem sempre o que planejamos conseguimos pôr em prática. O que mais me angustiava era a falta de motivação dos alunos para aprenderem, a dificuldade que era fazer com que eles se esforçassem para responderem ou interpretarem um texto.

Podemos perceber com isso a falta de sentido que a escola tem para eles. Um dos dilemas encontrados foi: como administrar o grupo sem deixar de atender a cada aluno individualmente? Notamos também com isso a dificuldade que o professor (a) sofre nas escolas públicas, em que a maioria das salas estão lotadas com mais de 30 alunos para apenas um professor dar conta de todos eles. Se nós que estagiamos em dupla era difícil, imagine para uma só pessoa. Para resolvermos esse dilema optamos por elaborar atividades diferenciadas para os alunos que sabiam ler, atividades com um nível de dificuldade maior e para os alunos que ainda não sabiam ler, elaboramos atividades mais voltadas a alfabetização.

Outro dilema encontrado é o pensamento- ação. Conforme Miguel Zabalza ( Revista Pátio – 2003) “As pessoas nem sempre agem coerentemente com o que pensam ou sabem. Pode-se ter idéia mais ou menos claras, inclusive sobre o que se deveria fazer, mas depois, no momento de agir aparecem elementos próprios de cada situação, que condicionam os propósitos e levam a ação por caminhos diferentes dos previstos”. Foi isso realmente o que muitas vezes aconteceu nos víamos fazendo coisas que não prevíamos fazer, e muitas vezes contraditórios ao que pensamos, quando recorremos a ações skinerianas para manter a sala em ordem e métodos tradicionais que achávamos “ultrapassados”, mais era o que no momento funcionava.
(OBS: ainda falta terminar a reflexão que não está completa)


“Agora Chegou o Momento”:

Reflexões Sobre a Prática no Estágio.


O período do nosso estágio aconteceu nos dias 03 à 26 de maio 2010 tendo carga horária de 90 horas. Esse é o momento que esperamos com muita expectativa, ansiedade e ao mesmo tempo, certa insegurança. No meu caso, a primeira vez que iria estar numa sala de aula no ensino fundamental I. No primeiro dia de regência tive a vontade de bater a porta da sala e voltar para casa, quando me deparei com uma sala em que os alunos pareciam “não notar” sua presença. Parecia que você estava falando sozinha. Daí começou aparecer as interrogações: Será que eu vou conseguir dar conta? Por onde começar? Então chegando em casa li uma mensagem que a nossa professora de estágio, Socorro, nos deu de boas vindas ao mesmo. E o trecho que me chamou a atenção foi este: “Um Problema pode ser um muro em sua vida, mas também pode ser uma ponte... O muro impede, a ponte permite a travessia. Em suas mãos estão os materiais para a construção, que são os fatos da vida e sua reação diante deles. O que vai construir: um muro ou uma ponte?” Então resolvi optar pela ponte, fazer a travessia.
A primeira semana não deixa de ser um “choque com a realidade” por mais que estamos cientes de como são as escolas públicas, o encontro presencial com essa realidade não deixa de nos impactar. Conforme o texto lido (Choque com a realidade), “a entrada de um adulto jovem na carreira docente, numa sociedade em mudança, é difícil, conflituosa e, por vezes, frustrante...” é o encontro com modos e culturas diferentes, sem falar da sensação de estranhamento, como se você estivesse sendo um intruso sabe. É não é nada fácil.

O período de observação: Diagnóstico


O período de observação compreende a 1ª etapa do estágio. É o momento no qual teremos o primeiro contato com a escola campo onde será desenvolvido o estágio. A etapa da observação foi distribuída em cinco dias, com carga horária de 20 horas, e nesses dias tivemos a oportunidade de observar as condições do espaço físico, as relações entre os alunos e professores e demais profissionais da instituição, relações ocorridas no portão da escola, bem como a prática pedagógica utilizada pela professora regente da sala a qual realizaremos a intervenção. Realizamos também entrevistas: com direção, gestão escolar e coordenação.
Sendo o estágio uma fase de aproximação e intervenção na realidade, o diagnóstico é de fundamental importância para o estagiário. Segundo Libâneo (2001 apud LIMA, 1992 P.21) “Diagnóstico consiste no levantamento de dados e informações para se ter uma visão de conjunto das necessidades e problemas da escola e facilitar a escolha de alternativas e solução.” Sendo assim o diagnóstico requer um olhar cuidadoso, pois é a partir dele que traçaremos os objetivos a serem alcançados durante o estágio.
Dessa forma através do diagnóstico feito na escola campo, podemos perceber que de forma geral o que existem são alunos em fase de alfabetização, alunos de diversos níveis de desenvolvimento tanto da escrita como da leitura, matriculados no quarto ano do Ensino Fundamental I. Mais um reflexo do modelo atual de educação em grande parte do nosso país. São alunos que requer um acompanhamento individual para que possam avançar em sua aprendizagem.


LIMA, Maria Socorro Lucena. Uma grande caminhada começa com o primeiro passo – o diagnóstico da escola. In: Dialogando com a escola. Fortaleza: Demócrito Rocha, 1992.